Carta Militar de Portugal, com os dois engenhos da Herdade dos Gagos assinalados
A Herdade dos Gagos, como propriedade agrícola com uma vida
imensa, sobretudo até ao final do Estado Novo. Como tal, teve um moinho como
uma das suas valências, que servia tanto o proprietário da herdade (Conde
Sobral), como os seus caseiros.
Não sabemos quando foi construído o moinho velho, assinalado
na carta militar a vermelho, cujo desaparecimento há muito se deu (talvez tenha
sido demolido na altura em que o novo foi construído). Contudo, ainda são
conhecidos os nomes de Manuel Moleiro e António Moleiro como lá tendo laborado.
A única data que podemos associar a este engenho é 1720, quando no documento da
compra de um outro engenho, se refere que aqui vivia António Roiz.
Moinho dos Gagos – é visível a degradação do edifício. © Manuel
Evangelista.
Quanto ao moinho novo, foi-nos dado um marco temporal
preciso para a sua construção: foi feito ao mesmo tempo que a ponte de
Santarém, ou seja, por volta de 1861/62. Foi um dos que fez contrabando de
géneros alimentares durante o período do racionamento no Estado Novo. Teve como
moleiros Joaquim Nobre e Benjamim Tomé. Tecnologicamente, este engenho contou
com quatro casais de mós, tocados por rodízios. Destes, dois serviam para o
arroz, um para a farinha de trigo e outro para a de milho. Hoje, como se pode
ver na imagem acima, encontra-se bastante degrado, uma vez que foi inclusivamente
parcialmente demolido. As suas mós foram colocadas junto aos casais da herdade,
para fazer de mesas, como se pode ver na imagem abaixo.
Aproveitamento de mós para mesas. © Samuel Tomé
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