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Tratando esta exposição a pintura de paisagem flamenga e holandesa, na sua grande parte, não poderiam os moinhos deixar de fazer parte desta, ou não fossem estes elementos recorrentes nestes locais. Por outro lado, não poderíamos deixar nós de o mencionar, tendo dedicado a este objeto a nossa investigação académica ao nível do mestrado. Com efeito, ao visitar a exposição, não era este o nosso propósito. Contudo, ficamos agradavelmente surpreendidos com esta representação nas diversas obras que a compõem.
Tratando esta exposição a pintura de paisagem flamenga e holandesa, na sua grande parte, não poderiam os moinhos deixar de fazer parte desta, ou não fossem estes elementos recorrentes nestes locais. Por outro lado, não poderíamos deixar nós de o mencionar, tendo dedicado a este objeto a nossa investigação académica ao nível do mestrado. Com efeito, ao visitar a exposição, não era este o nosso propósito. Contudo, ficamos agradavelmente surpreendidos com esta representação nas diversas obras que a compõem.
“Paisagem
com moinhos de vento”
Jan
Brughel, o Jovem
Nesta
pintura, cujo próprio nome remete para a questão dos moinhos, encontramos a
dominar um moinho de vento, em madeira, existindo um outro engenho igual, em
segundo plano. Já num terceiro plano, são identificáveis ainda mais dois
engenhos. Estes moinhos podem ser classificados como Post Mills, com a tradução literal de “Moinhos de Poste”. Rodando
em 360º, para apanhar o vento dominante, eram feitos de madeira, e o seu nome
advém do poste sobre o qual eram construídos e sob o qual todo o moinho rodava.
Os
engenhos eram fundamentais “para o desenvolvimento económico dos Países Baixos:
nas províncias meridionais utilizava-se para fabricar farinha, enquanto que nas
setentrionais os moinhos eram bombas de drenagem de do sistema de canalização
dos terrenos ganhos ao mar” (Kubissa, 2013: 75). Os camponeses, na parte
inferior da tela, carregam a farinha para a aldeia que se vê no horizonte. Os
moinhos, ao serem representados com tamanhos diferentes, mas repetidos, ajudam
a criar a sensação de profundidade e convergência para a aldeia. Com efeito,
podemos considerar uma mensagem da própria desta atividade económica: ela
existe para as pessoas, e converge para elas.
“A
praça da aldeia”
Pieter
Bout
Esta
obra dá-nos outra prespetiva da presença dos moinhos no quotidiano. Aqui
encontramos um Post Mill no centro da
aldeia, fazendo parte do dia-a-dia das pessoas que ali vivem, e estando situado
num espaço nobre, junto à igreja.
“Carnaval
sobre o gelo”
Pieter
Bout
Nesta
segunda pintura de Bout, encontramos uma representação do Carnaval, como época
festiva, que se revela na comemoração da data festiva sobre um lago gelado.
Mais uma vez, encontramos dois moinhos como parte integrante da paisagem. Um Post Mill, e um pouco mais atrás um Tower Mill. Estes são moinhos de
alvenaria, com um capelo de madeira, que roda 360º para apanhar o vento
dominante.
É
interessante a sua representação conjunta, pois os Tower Mills podem ser considerados um aperfeiçoamento dos Post Mills (não deixando, contudo, de
conviverem ambos os tipos de engenho). No entanto, só a partir do séc. XVIII
são considerados de maior viabilidade face a estes. Sendo comuns na paisagem
flamenga, não é de estranhar a sua presença e a sua simples incorporação na
pintura de paisagem. Os moinhos afirmam-se como um elemento desta e são
fundamentais no quotidiano das populações.
Bibliografia
KUBISSA,
Teresa Posada (2013). Rubens, Brueghel,
Lorrain: A Paisagem Nórdica do Museu do Prado. Lisboa: Ed. Museu Nacional
de Arte Antiga e Imprensa Nacional da Casa da Moeda.
WATSS, Martin
(2006). Windmills. S/l: Shire
Library.
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