quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Moinho da Várzea




Mapa de parte do curso da Ribeira de Muge, com o engenho assinalado.

A 1 de fevereiro de 1549 é aforado a João Pires um terreno, a norte do Vale Porco, para a construção de um moinho. O foro anual consistia em 30 alqueires de trigo limpo. Em 1729 este engenho estava aforado a Leonarda Maria. Deixou de trabalhar nos anos 40 do séc. XX, possivelmente devido à proibição de funcionamento dos moinhos hidráulicos, por causa do racionamento imposto ao país nessa altura. 


Fachada do engenho. © Samuel Tomé

A nível tecnológico, contou com três casais de mós negreiros. Com efeito, foi referido que nos últimos anos de atividade deste moinho trabalhou-se com milho e forragens para animais. Apenas são visíveis hoje dois dos casais de mós, apesar de ser visível o local onde assentaria o terceiro. Existem ainda no engenho alguns utensílios da moega, como tegões, quelhas e cambeiros. 

 Caboucos, na parte posterior do engenho. © Samuel Tomé

Quanto à parte motriz, todo o aparelho desapareceu, com exceção dos tubos de pressão, que eram feitos de cimento. Pela constituição e disposição dos utensílios, consegue inferir-se que este foi um moinho de rodízio, tendo-nos sido relatado que seriam feitos de cimento. Possuiu açude ainda perfeitamente visível e três caboucos. A sua levada é a mesma que toca os moinhos da Ponte Velha e do Pinheiro.  


Fontes:
(1549). Chancelaria de D. João III, livro 70, folhas 150 a 151v.
Evangelista (2011)
José da Gaga (fonte oral)

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