domingo, 6 de outubro de 2013

Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações

Elvas, cidade alentejana, com “Badajoz à vista”, foi em 2012 inscrita na lista do Património da Humanidade da UNESCO com o nome de “Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações”.

Em primeiro lugar, pela sua localização percebe-se a necessidade de ser um ponto essencial na defesa do país. Em vários períodos da nossa história estivemos em conflito com o reino vizinho (Castela e mais tarde Espanha). Assim, encontramos um centro histórico dentro de muralhas construídas no séc. XVII. No entanto, dentro destas deparamo-nos com muralhas do tempo de D. Fernando (construídas aquando das Guerras Fernandinas), assim como duas cercas islâmicas.
Primeira Cerca Islâmica

A par desta cidade fortificada, foi construído na pós-restauração o Forte de Santa Luzia. Em 14 de janeiro de 1659 dá-se a Batalha das Linhas de Elvas, que impede a marcha das tropas espanholas para Lisboa e consolida definitivamente a Restauração da independência portuguesa. No séc. XVIII é construído o Forte da Graça, que fortalece a importância militar da cidade, chegando a ter mais de 15 000 militares.

Forte de Santa Luzia

Forte da Graça

Para além da cidade muralhada e dos dois fortes, Elvas conta ainda com três fortins (em tempos foram quatro), que tiveram um papel importante após as invasões francesas. São eles o Fortim de S. Mamede, Fortim de S. Domingos e Fortim de S. Pedro.

Fortim de S. Mamede

A classificação da UNESCO, para além da Cidade Fortificada, os Fortes e Fortins, compreende ainda o Aqueduto da Amoreira, estrutura importante no abastecimento de água à cidade durante os cercos, construído entre séc. XVI e XVII.

Aqueduto da Amoreira

Para finalizar, e citando um folheto de promoção turístico-patrimonial, podemos ver como era a convivência na cidade entre militares, religiosos e civis:

“Desde a Guerra da Restauração, passaram por Elvas 35 regimentos, sendo que, apesar da existência dos quartéis, no séc. XIX ainda se praticou o aboletamento de militares nas casas particulares. Em tempos de guerra não havia exceções: todos os edifícios, inclusivamente os religiosos e a própria Casa da Câmara, aboletavam soldados e adaptavam-se a enfermarias e a armazéns. E não foi o Colégio dos Jesuítas a albergar a aula de fortificação criada pelo príncipe D. Teodósio em 1651? Em Elvas, sempre o civil, o religioso e o militar se encontraram enlaçados. Elvas sempre foi a grande cidade quartel de fronteira, a tal ponto que, a partir de 1710, quem nela nascesse não tinha de se alistar mais tare: era considerado, à nascença, soldado.” In: Elvas, Cidade-Quartel.


Nota: foram utilizados como fontes diversos folhetos de promoção turística e patrimonial.

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