Elvas, cidade alentejana, com “Badajoz à vista”, foi em 2012
inscrita na lista do Património da Humanidade da UNESCO com o nome de
“Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações”.
Em primeiro lugar, pela sua localização percebe-se a
necessidade de ser um ponto essencial na defesa do país. Em vários períodos da
nossa história estivemos em conflito com o reino vizinho (Castela e mais tarde
Espanha). Assim, encontramos um centro histórico dentro de muralhas construídas
no séc. XVII. No entanto, dentro destas deparamo-nos com muralhas do tempo de
D. Fernando (construídas aquando das Guerras Fernandinas), assim como duas
cercas islâmicas.
Primeira Cerca Islâmica
A par desta cidade fortificada, foi construído na pós-restauração
o Forte de Santa Luzia. Em 14 de janeiro de 1659 dá-se a Batalha das Linhas de
Elvas, que impede a marcha das tropas espanholas para Lisboa e consolida
definitivamente a Restauração da independência portuguesa. No séc. XVIII é
construído o Forte da Graça, que fortalece a importância militar da cidade,
chegando a ter mais de 15 000 militares.
Forte de Santa Luzia
Forte da Graça
Para além da cidade muralhada e dos dois fortes, Elvas conta
ainda com três fortins (em tempos foram quatro), que tiveram um papel
importante após as invasões francesas. São eles o Fortim de S. Mamede, Fortim
de S. Domingos e Fortim de S. Pedro.
Fortim de S. Mamede
A classificação da UNESCO, para além da Cidade Fortificada,
os Fortes e Fortins, compreende ainda o Aqueduto da Amoreira, estrutura
importante no abastecimento de água à cidade durante os cercos, construído
entre séc. XVI e XVII.
Aqueduto da Amoreira
Para finalizar, e citando um folheto de promoção
turístico-patrimonial, podemos ver como era a convivência na cidade entre
militares, religiosos e civis:
“Desde a Guerra da
Restauração, passaram por Elvas 35 regimentos, sendo que, apesar da existência
dos quartéis, no séc. XIX ainda se praticou o aboletamento de militares nas
casas particulares. Em tempos de guerra não havia exceções: todos os edifícios,
inclusivamente os religiosos e a própria Casa da Câmara, aboletavam soldados e
adaptavam-se a enfermarias e a armazéns. E não foi o Colégio dos Jesuítas a
albergar a aula de fortificação criada pelo príncipe D. Teodósio em 1651? Em
Elvas, sempre o civil, o religioso e o militar se encontraram enlaçados. Elvas
sempre foi a grande cidade quartel de fronteira, a tal ponto que, a partir de
1710, quem nela nascesse não tinha de se alistar mais tare: era considerado, à
nascença, soldado.” In: Elvas, Cidade-Quartel.
Nota: foram utilizados como fontes diversos folhetos de
promoção turística e patrimonial.
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