Manuel
de Sousa Coutinho, imortalizado por Almeida Garrett no texto dramático “Frei
Luís de Sousa”, nome que adotou após ingressar na Ordem de S. Domingos, é o
autor da “História de Ordem de S. Domingos”. Escrita na primeira metade do séc.
XVII, na terceira parte desta é abordada a fundação do Convento de Nossa
Senhora da Serra, como convento pertencente a esta ordem monástica. Frei Luís
de Sousa escreve em 1623.
Apesar
de ser um texto com um cariz sobretudo historiográfico, Frei Luís de Sousa faz
várias pontes com a altura em que o produz, o que nos faz ter uma ideia como
seria o convento no início do século XVII. Assim, sabemos que era, à data da produção do
documento, uma “casa célebre em religião, e devoção do povo, em devoção dos
reis, e em amor de toda a nobreza do reino” (Sousa, 1866: 483).
Fotografia do ator Alves da Cunha interpretando Manuel de
Sousa Coutinho, posteriormente Frei Luís de Sousa, na peça com o mesmo nome, de
Almeida Garrett (1943). Autor desconhecido. (Fonte: Matriz.Net)
Sabendo
que ao longo dos tempos foram concedidas graças a vários fiéis de Nossa Senhora
da Serra, sabemos igualmente que já não existia memória, na altura da escrita,
dos milagres que tenham sido feitos pela Senhora da Serra, com exceção de um.
Francisco Pires, um lavrador conhecido como “O Gago”, tinha ficado cego, e
encomendou-se a Nossa Senhora da Serra, que lhe concedeu a graça de voltar a
ver. Este, como agradecimento, deixou em testamento ao convento o que tinha
(que era uma vinha), e que naquela época os frades ainda tinham.
Para
além disto, a renda em cruzados que houvera sido concedida por D. Filipe (ver
aqui) ainda
era recebida pelos religiosos à época em que Frei Luís de Sousa escreve.
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