A origem do
Convento do Carmo está ligada a D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431),
Condestável do Reino e canonizado pela Igreja Católica em Abril de 2009. A sua
construção tem início em 1389 e é sagrado o templo em 1423. Edificado em estilo
gótico, foi habitado pelos Frades Carmelitas, Ordem em que D. Nuno ingressou,
tendo vivido neste convento e aqui ficou sepultado, por sua própria vontade.
Interior da igreja
Considerado
um dos maiores e mais importantes edifícios góticos de Lisboa, não resistiu ao
terramoto de 1755, que o destruiu parcialmente, quer pelo “abanão”, quer pelo
incêndio que se seguiu, que destruiu grande parte das obras de arte que este
tinha. Iniciou-se apenas no reinado de D. Maria a reconstrução deste espaço.
Contudo, a falta de verbas vai arrastando as obras, chegando-se à extinção das
ordens religiosas em 1834, acabando apenas por se reconstruir pouco mais que
arcos ogivais do corpo da igreja.
Interior da igreja
Em 1864 o
edifício é entregue à “Real Associação
dos Architectos Civis e Achéologos Portugueses”, sendo fundado aqui o Museu
Arqueológico do Carmo, pelo seu presidente, o arquiteto Joaquim Possidónio da
Silva. No espaço da igreja encontram-se várias peças escultóricas, como lápides
funerárias e um túmulo manuelino.
Quanto ao
interior, tem cinco salas, correspondentes à capela-mor e capelas laterais. A
primeira tem artefactos pré-históricos, dos períodos do Paleolítico, Neolítico
e Calcolítico, Idades do Ferro e do Bronze. A segunda sala tem artefactos
romanos (marcos miliários, sarcófagos das musas, entre outros), assim como do
período visigótico e islâmico.
Túmulo de D. Fernando. Imagem retirada daqui.
A terceira
sala, a principal, tem a sepultura primitiva de D. Nuno Álvares Pereira, o
túmulo de D. Fernando, assim como o um busto que se crê ser de D. Afonso
Henriques. A quarta sala é um tributo aos dois mais conhecidos presidentes da
Associação de Arqueológos: Possidónio da Silva (que dotou este espaço de uma
biblioteca para auxiliar o estudo arqueológico) e o Conde de S. Januário, que
doou uma coleção de objetos exóticos (astecas, chimus e egípcios). Por fim, na
última sala, é possível observar (entre outras coisas) um conjunto de azulejos
barrocos, assim como uma maquete da igreja do Convento do Carmo.
Em termos
técnicos, tem um folheto demasiadamente pobre, tanto em termos de informação
como a nível de grafismo. A informação do espólio nas salas está razoavelmente
bom, no entanto, o que se encontra na igreja, a céu aberto, tem um ar
“desarrumado”, e também não abunda a informação.
Bibliografia e outras fontes:
Museu Arqueológico do Carmo (folheto de
informativo distribuído no museu).
MARGARIDO,
Manuel (2005). Nuno Álvares Pereira, col.
“Grandes Protagonistas da História de Portugal”. Lisboa: ed. Planeta Agostini.
Museuarqueologicodocarmo.pt
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